O que é Private Equity
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Private equity ou “investimento privado” é uma modalidade de investimento em empresas diferente daquele feito na bolsa de valores, por se tratar de um investimento em empresas de capital fechado por um grupo seleto de investidores. Essa modalidade de investimento é promissora pois possibilita a aquisição de fatias de empresas com grande potencial de crescimento.

Nesse post, buscamos trazer todos pontos principais do Private Equity: quem pode investir? quais são suas modalidades? quais são seus principais riscos? Entre outras questões que podem ser motivo de dúvida para quem está interessado no investimento. Acompanhe!

O que é Private Equity?

O Private Equity é um investimento privado realizado por fundos de investimentos em empresas de capital fechado com objetivo na compra de participações no capital social de uma empresa, tornando-se sócio do negócio. O principal objetivo desse investimento é comprar empresas que tenham potencial de crescimento, para que no futuro o fundo venha a vender sua participação com lucro. A nomenclatura “Private Equity” vêm dos Estados Unidos e é muito utilizada por pessoas que estão ligadas ao mercado financeiro.

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Esse fundos de investimentos são regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários e são chamados de Fundos de Investimento em Participações (FIP). Mas é importante ressaltar que o investimento também pode ser feito por empresas, governo ou até investidores individuais. Você mesmo pode fazer um investimento em um fundo de Private Equity, mas isso é limitado apenas para um classe de investidores investidores .

Muitas vezes, quando um fundo investe em uma empresa de capital fechado, ele não fica limitado a apenas receber rendimentos pela sua participação, mas busca alavancar o valor da empresa com participação ativa na gestão da empresa, utilizando da expertise de executivos para auxiliar no crescimento da empresa. Geralmente, são empresas com uma receita considerável e que já geram lucro que entram na mira desses fundos de investimento.

Quais são os riscos do Private Equity?

Por se tratar de uma empresa de capital fechado, há um risco alto nessa modalidade de investimento, pois o desempenho do fundo dependerá diretamente do desempenho da empresa após a injeção de capital e se a empresa será bem sucedida em um futuro IPO na bolsa de valores, onde, na maioria das vezes, os fundos Private Equity desfazem sua posição e saem com a grana no bolso. Entretanto, esse investimento possui uma taxa de sucesso considerável, por se tratar de empresas maduras e consistentes.

Private Equity x Venture Capital: Qual a diferença?

venture capital x private equity diferenças

Diferente do Private Equity, o Venture Capital é um investimento realizado em empresas que estão em seu estágio inicial e que possui grande potencial de valorização. Alguns exemplos de empresas que foram bem sucedidas com a injeção de dinheiro por fundos de Venture Capital são: Loggi, Ifood, Picpay, etc., ou seja, empresas que apresentam uma ideia inovadora e que estão tentando se consolidar no mercado.

Os fundos Venture Capital são considerados de altíssimo risco devido a incerteza sobre o futuro da startup, que muitas das vezes ainda não dá lucro. O propósito desses fundos é justamente agir nesse ponto. Por acreditarem que no futuro a empresa terá grande potencial de lucratividade, esses fundos “cobrem” os prejuízos, injetando recursos milionários que dão fôlego ao caixa da empresa para ela continuar sua atividade.

As maneiras comuns de se tornar sócio de empresas desse porte são por meio de Fundos Mútuos de Investimento em Empresas Emergentes (FMIEE) e pelos Fundos de Investimentos em Participações (FIP), sendo ambos regulamentados pela Comissão de Valores Mobiliários.

Como funciona um fundo de Private Equity?

Talvez você queria saber mais de Private Equity, por isso vamos demonstrar os principais pontos desse tipo de investimento, quais são suas fases e para quem ele é qualificado.

Primeiro, precisamos nos atentar que esse não é um investimento que dará retornos do dia para noite. Por se tratar de um processo de criação de valor em uma empresa, ele é considerado um investimento de longo prazo. Geralmente, o desinvestimento pelo fundo na empresa é feito em média após 5 a 10 anos, prazo esse que pode ser menor ou até maior, dependendo dos objetivos e do cenário econômico.

A duração de um fundo de Private Equity pode ser resumido em três fases respectivamente: captação, investimento e desinvestimento: Vamos a elas:

Fase 1: Captação 

É aqui que o fundo nasce! Primeiro há o período de captação de recursos, onde investidores assinam a documentação se comprometendo a realizar aportes financeiros para levantar capital para o fundo e caso seja solicitado, se comprometer a investir mais dinheiro. Essa é uma etapa muito importante, pois é aqui que o gestor têm uma noção de quanto de dinheiro ele captou para começar a montar o portfólio do fundo com o investimento nas empresas.

Essa é etapa inicial e agora o fundo pode começar a analisar oportunidades com potencial para investir. Essa etapa é marcada por muita análise das empresas cobiçadas pelos especialistas, visando entender o potencial futuro da empresa e minimizar os riscos do investimento.

Fase 2: Investimento 

Após analisar a empresa, traçar metas, definir seu valor e entrar em acordo com os sócios da empresa que o fundo possui interesse em investir, é dado início aos aportes financeiros para alavancar as atividades, colocando em prática estratégias planejadas visando o crescimento da empresa.

Dentre estratégias comuns para alavancar esse crescimento, podemos citar algumas: investimento em infraestrutura e instalações, aquisição de empresas concorrentes, ampliação da marca para outras regiões, entre outros. Outra estratégia é a melhoria do nível de governança da empresa, já pensando na futura emissão de ações da empresa na bolsa de valores.

Fase 3: Desinvestimento

Após concluir a etapa de investimento vem a etapa de desinvestimento. Nesse ponto, a empresa já pode estar dando retornos para carteira do fundo, seja por meio do pagamento de dividendos ou amortizações. É nessa etapa que o fundo vende sua participação e obtém a maior parte do lucro com o investimento. Esse desinvestimento, no geral, ocorre com:

  1. Abertura do capital da empresa na bolsa de valores (IPO);
  2. Venda da participação para uma empresa interessada no negócio;
  3. Venda da participação para outros fundos dessa classe;

A “Curva J”

curva j o que é

A curva J representa o fluxo de caixa de um fundo Private Equity nas 3 fases descritas acima e é assim chamada por ter um formato da letra “J”. No eixo vertical temos o retorno e no eixo horizontal o tempo. Esse gráfico é característico por mostrar o trajeto desse investimento: grandes desembolsos de dinheiro no início do investimento, mas em compensação, uma grande expectativa de retorno futuro.

Quais são as rodadas de investimentos?

Basicamente, a captação de dinheiro para investimento em uma empresa ocorre nas seguintes etapas:

1ª etapa: Pré Seed

Essa rodada de investimento busca captar recursos para os primeiros estágios de vida da pequena empresa. Aqui a ideia está germinando na cabeça dos fundadores e são feitos testes de produtos, análise de mercado, entre outras etapas.

2ª etapa: Seed Capital

Essa rodada de investimento têm foco na contração/expansão da equipe, investimento em marketing e realização de vendas.

3ª etapa: Série A

Essa rodada ocorre em um estágio um pouco mais avançado da startup, com busca na ampliação das vendas, ampliação da oferta do produto e possíveis aprimoramento produto. Nessa etapa que se concentram os investimentos feitos pelos fundos de Venture Capital.

4ª etapa: Série B

Nessa etapa, imagina-se que a startup já alcançou um patamar de solidez no mercado, portanto essa rodada tem por objetivo captar dinheiro para a aquisição de concorrentes, para a abertura de filiais, entre outros.

5ª etapa: Série C

É aqui que se encontra a última classificação para as rodadas de investimento. Esta etapa possui objetivo de acelerar o crescimento da empresa para o mercado internacional, se tornando uma empresa conhecida mundialmente, os chamados “unicórnios”. Aqui entram os investimentos feitos pelos fundos de Private Equity com foco empresas maduras e com uma solidez de mercado.

Última etapa: IPO

Por fim, quando a empresa atinge seu patamar “limite”, ela vai para a bolsa de valores buscando captação de valores bilionários para continuar investindo em suas atividades produtivas. Conforme dito, é nessa etapa que os fundos desfasem sua posição.

Como investir em Private Equity?

Para investir em fundos de Private Equity, é preciso que você tenha uma conta em uma corretora e procurar pelos investimentos dessa classe. Contudo, infelizmente no Brasil, para investir em Private Equity você precisa estar na classe de “investidores qualificados” ou “investidores profissionais“, isto é, ter entre R$1.000.000 a R$10.000.000 sob custódia, o que acaba limitando o investimento para algumas classes de investidores.

Conclusão

Os Fundos de Private Equity são uma ótima maneira de potencializar o crescimento de uma empresa, com auxílio de experts fazendo parte da equipe de sócios das empresas, facilitando o processo de expansão. Ademais, podemos citar algumas vantagens de receber investimento desse tipo de fundo:

  • Destaque da empresa no mercado com a melhoria da imagem;
  • Reforço de caixa para ampliação dos investimentos;
  • Ampliação da empresa com aquisições;
  • Crescimento da competividade;

Portanto, o Private Equity é uma alternativa para empresas que querem crescer e se destacar no mercado, podendo em um futuro se tornar uma multinacional com a expansão do negócio.

Sobre o autor

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Carlos Felipe

Economista e fundador do site Educa Meu Dinheiro. Apaixonado por educação financeira e investimentos
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