o que é CDB

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Quando falamos de investimentos em renda fixa, os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) se destacam por serem os mais conhecidos. Com diversas rentabilidades e sendo mais rentáveis que a poupança, eles oferecem estabilidade e segurança para o investidor.

Mas ao falarmos de CDBs surgem diversas dúvidas, como: qual a tributação? Os prazos de vencimento, rendimento, valor mínimo para aplicar e qual a liquidez do investimento, assuntos esses que serão abordados ao longo do artigo. Boa leitura!

O que é CDB?

O Certificado de Depósito Bancário ou “CDB” como é comumente chamado, é um título de renda fixa oferecido por bancos com objetivo de captação de fundos para fornecer crédito às pessoas. Ou seja, quando você compra um CDB, está emprestando dinheiro para o banco em troca de um rendimento oferecido por ele. O ganho do banco vêm da diferença entre os juros que ela paga ao investidor e os juros que ele recebe do devedor, diferença essa que é chamada de “spread“.

Contudo, nem todo valor pode ser direcionado em forma de empréstimo, pois o Banco Central determina que os bancos comerciais são obrigados a recolher uma parte desses recursos para serem destinados ao depósito compulsório – hoje esta alíquota está em 20%. Então, ao investir R$100 hoje em um CDB, o banco precisa depositar R$20 no compulsório e os R$80 ficam disponíveis para ele emprestar.

É comum encontrarmos rendimentos diferentes em cada aplicação, variando de instituição para instituição. Alguns fatores que determinam o rendimento são: prazo de vencimento, risco, montante mínimo para investir, carência, entre outros.

Dentre os rendimentos oferecidos pelos CDBs, temos três classes: prefixado, com rendimento definido na hora de fazer a aplicação, pós-fixado, com rendimento atrelado a algum índice e o híbrido, esse sendo menos comum e com retorno atrelado à inflação. Vamos tratar de cada um abaixo.

cdb como funciona

Quais são os tipos de CDBs?

No mercado de renda fixa, encontramos três tipos de CDBs, alguns sendo mais comuns que outros, por isso vamos tratar de cada um para você não ficar com nenhuma dúvida.

CDB Prefixado

Nessa modalidade, o retorno do investimento no período já é conhecido pelo investidor, de modo que os juros são informados na hora da aplicação. Contudo, esse rendimento só se concretiza se o investidor mantiver o dinheiro até o fim do prazo de vencimento do título, sendo que caso ocorra o desinvestimento antes do período, o retorno cairá pelo fato do banco exigir um “prêmio” pelo não compromisso do investidor.

Atualmente, com a Taxa Selic em torno de 12,75%, é comum encontrarmos aplicações oferecendo retornos médios de 13,5% (ou até mais dependendo da instituição) ao ano. Portanto, isso significa que a cada ano seu dinheiro irá se valorizar 13,5% no ano, desconsiderando o desconto do Imposto de Renda.

CDB Pós-Fixado

Os CDBs pós-fixados são os títulos mais comuns de serem encontrados no mercado. Aqui, o rendimento não é combinado, de modo que o retorno será dado por um indicador definido na hora da aplicação. Geralmente, é o Certificado de Depósito Bancário (CDI) que é o escolhido para ser o indicador de base para o retorno do ativo.

Ao analisar os CDBs, você provavelmente encontrará alguns oferecendo 100%, 110%, 120% do CDI, mas o que isso significa? Considerando que o índice CDI está rendendo por volta dos 13,65% ao ano (um pouco menos que a Selic), um título que oferecesse 110% do CDI ao ano, te entregaria um retorno de cerca de 15,015% ao ano, ou seja, 13,65% do índice CDI + 10% de 13,65% como prêmio. Além disso, os CDBs pós-fixados possuem data de vencimento, normalmente com prazo mínimo de 2 anos.

Outro rendimento que pode ser encontrado em CDBs pós-fixados é o CDI + spread, spread esse que é uma taxa definida pelo banco, como 1%, por exemplo. Então, neste caso o rendimento seria de 13,65% do CDI mais 1% oferecido pelo banco, totalizando aproximadamente 14,65% de retorno. É importante ressaltar também que o CDI é uma taxa variável, podendo subir ou descer dependendo do cenário econômico do país.

CDB Híbrido ou atrelado à inflação

Sendo o mais incomum entre os CDBs, o rendimento do tipo híbrido faz a mescla entre o rendimento prefixado e pós-fixado, ou seja, é um oferecido um retorno fixo (exemplo, 5% ao ano) mais a variação da inflação, que é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Agora que você já está ligado às modalidades de CDBs, é importante escolher qual deles mais se encaixa ao seu perfil. Se você é uma pessoa que deseja preservar o poder de compra do seu dinheiro no longo prazo, busque por um CDB híbrido ou até pós-fixado dependendo das condições. Quanto ao CDB prefixado, é importante que você se atente, pois, caso você invista em um ativo que te pague 13,50% ao ano e a inflação no período for de 14%, você estaria perdendo dinheiro para inflação, por isso fique esperto!

Algumas características dos CDBs

Vamos falar sobre algumas limitações e prazos de investimentos dos CDBs.

Valor mínimo para investir

O investimento mínimo necessário para fazer uma aplicação em um CDB pode variar bastante. É comum encontrarmos exigências de no mínimo R$100, R$1.000 ou até R$5.000, dependendo da instituição financeira emissora. Comumente, os títulos que possuem o valor mínimo mais alto, costumam oferecer também o maior retorno, por não ser acessível a todos.

O ideal é que você busque investir em CDB através de corretoras de valores, pois elas são autônomas e reúnem investimentos de diversas instituições, não ficando limitado ao que muitas vezes o banco oferece, que é o próprio CDB da instituição ou de parceiros. Nas corretoras você encontrará mais oportunidades e terá as melhores alternativas para o seu perfil.

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Prazo de vencimento

Em geral, um CDB possui uma data de vencimento, porém você pode retirar seu dinheiro antes com alguns custos. Dentre as datas de vencimentos mais comuns, temos CDBs com vencimento de um, dois ou cinco anos, tudo isso sendo definido pela instituição emissora da aplicação. Além disso, é importante destacar que cada CDB possui sua liquidez, ou seja, alguns permitirão que você retire seu dinheiro com facilidade, já outros podem limitar os regastes a dias específicos, então fique atento!

Outro fator importante a ser considerado na hora de investir em um CDB é o prazo de carência, ou seja, o tempo mínimo que você precisa manter seu dinheiro aplicado até ter a permissão de resgaste, alguns chegando oferecer carência na mesma data do vencimento, o que é muito ruim para quem pensa em retirar o dinheiro antes, mas é bom para quem quer investir pensando no longo prazo, pois estes títulos costumam oferecer um rendimento melhor. Portanto, analise bem antes de investir e tenha suas metas em mente para fazer o investimento correto para o seu bolso!

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Tributação para os CDBs

Temos dois impostos que recaem sobre os investimentos em CDBs: O IOF e o Imposto de renda. Vamos a cada um:

O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incide somente para aplicações que são resgatadas em menos de 30 dias, diminuindo conforme o tempo, iniciando a partir de 96% de alíquota sobre o retorno no primeiro dia e 0% no trigésimo dia, conforme mostra a tabela abaixo:

Nº de DiasAlíquotaNº de DiasAlíquotaNº de DiasAlíquota
196%1163%2130%
293%1260%2226%
390%1356%2323%
486%1453%2420%
583%1550%2516%
680%1646%2613%
776%1743%2710%
873%1840%286%
970%1936%293%
1066%2033%300%

Já o Imposto de Renda segue a tabela regressiva dos investimentos em renda fixa. A taxa começa em 22,5% sobre o retorno até os seis primeiros meses e por fim, passa para 15% sobre o retorno se o investimento for mantido por mais de 2 anos, conforme mostra a tabela abaixo:

Prazo de InvestimentoAlíquota de IR
até 6 meses22,50%
6 meses a 1 ano20,00%
1 a 2 anos17,50%
acima de 2 anos15,00%

Vantagens de investir em CDBs

Uma das principais vantagens dos CDBs é sua praticidade na hora de investir, sendo acessível para qualquer pessoa investir. Disponível em todos os bancos e corretoras, basta você escolher uma boa opção e investir a quantidade de dinheiro que desejar, respeitando o investimento mínimo de cada CDB.

Por mais que o investimento em renda fixa seja seguro, os CDBs oferecem uma segurança ainda maior por oferecerem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) em até R$250 mil investidos por CPF caso o emissor do CDB venha a falir.

Para quem busca montar uma reserva de emergência, os CDBs também podem ser uma boa opção por algumas modalidades oferecerem liquidez diária, o que é interessante para o investidor que quer ter acesso ao dinheiro para curto prazo. Além disso, quem busca maiores retornos, os CDBs de longo prazo também oferecem opções interessantes por oferecerem taxas de juros maiores.

Desvantagens de investir em CDBs

Umas das desvantagens para quem investe em CDB pode ser a tributação. Como já dito acima, os rendimentos dessa modalidade de aplicação são tributados em no mínimo 15% se você manter a aplicação por 2 anos ou mais e caso você venha a precisar do dinheiro em até 30 dias, o IOF regressivo recairá sobre seu retorno. Por isso, busque sempre se informar qual será o rendimento líquido do seu investimento para saber se compensa ou não investir.

Outra situação que pode vir a ser desagradável caso você não tenha se informado corretamente sobre o CDB que escolheu é a liquidez. Caso você venha a escolher um CDB que tenha carência de 180 dias e por algum motivo venha a precisar retirar o dinheiro antes prazo, isso poderá acabar acarretando perdas ao invés de ganhos, pois você terá que pagar um “prêmio” ao banco para que ele recompre o investimento feito por você. Fique atento!

Mesmo sendo considerado um investimento seguro, os CDBs oferecem o chamado “risco de crédito”. Caso você venha investir em um CDB de um banco sem credibilidade e que não possui solidez de mercado, existe o risco dele não conseguir te pagar os rendimentos e acabar dando um calote. Nesse caso, você precisaria recorrer ao FGC para solicitar seu dinheiro de volta, o que lhe daria uma dor de cabeça. Para evitar isso, busque sempre investir em ativos de instituições financeiras seguras e que você conhece.

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Como investir em um CDB?

Hoje em dia, é muito simples investir em um CDB. O primeiro passo é ter uma conta em um banco ou de preferência em uma corretora. Indicamos que você tenha uma conta em uma corretora, pois lá será possível encontrar mais opções de investimento de acordo com seu perfil de investidor.

Após fazer isso, você precisa analisar quais CDBs se encaixam ao seu perfil. Aqui são três opções: curto prazo (liquidez imediata e prazo de 2 anos para vencimento), médio prazo (carência de no máximo um ano e vencimento acima de 2 anos e no máximo 3 anos) ou  longo prazo (carência até a data do vencimento e data de vencimento acima de 3 anos).

Por fim, defina o quanto você está disposto a destinar para o investimento. Isso varia de pessoa para pessoa e algumas dicas são: se for para reserva de emergência, multiplique sua despesa mensal por 6 vezes e então você terá o montante que lhe garantirá segurança caso algo de inesperado venha ocorrer em sua vida, como uma doença, desemprego, multas, entre outros.

Uma última dica para você ficar por dentro de tudo é usar simulações que te mostram o rendimento da sua aplicação em diferentes modalidades de investimentos, como poupança, LCI, LCA, etc. Nossa dica é usar a calculadora da NuInvest, pois ela oferece comparações em diversos tipos de investimentos, o que te ajuda a definir qual será a melhor escolha para investir seu dinheiro. LCI, LCA, etc.

Conclusão

Agora que você já sabe muita coisa sobre CDB, é sua hora de começar a investir e começar sua jornada de investimentos, sempre tomando os cuidados necessários, conforme vimos no artigo. Com o tempo, você irá começar a sentir mais seguro em investir em outras modalidades de renda fixa e ir conhecendo novas alternativas investimentos.

Busque sempre organizar seu patrimônio e aportar aquele dinheirinho que sobra no final do mês, para que os juros compostos trabalhem ao seu favor, fazendo com que seus rendimentos sejam maiores.

Este material é exclusivamente informativo, e não recomendação de investimento. Aplicações de risco estão sujeitas a perdas. Rentabilidade do passado não garante rentabilidade futura.

Sobre o autor

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Carlos Felipe

Economista e fundador do site Educa Meu Dinheiro. Apaixonado por educação financeira e investimentos
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