dividendos tudo o que você precisa saber sobre
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Neste artigo, abordaremos um dos tópicos mais atraentes para quem deseja investir na Bolsa de Valores: os dividendos. Se você já está familiarizado com o termo ou está começando a estudar o mercado financeiro, é essencial compreender como eles funcionam e qual é a sua importância para os investidores. 

Além disso, vamos discutir se é possível viver apenas dos ganhos de dividendos e quais estratégias são eficazes para investir em empresas que oferecem altos rendimentos aos acionistas. 

Junte-se a nós e descubra tudo sobre esse assunto tão significativo no mundo dos investimentos.

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Dividendos, o que são?

De maneira simples, os dividendos são uma parcela dos lucros líquidos ajustados de uma empresa que é distribuída entre seus acionistas como forma de remuneração pelos ganhos obtidos. 

Empresas estabelecidas, líderes de mercado e com grande geração de caixa são geralmente as que oferecem bons dividendos, pois não necessitam reinvestir grande parte dos lucros para financiar seu crescimento. 

Além dos dividendos, as empresas podem distribuir outros tipos de proventos, como juros sobre capital próprio, bonificações e direitos de subscrição. O valor recebido pelo investidor em dividendos é proporcional ao número de ações ou cotas que ele possui. 

Em resumo, os dividendos são uma forma de remunerar os acionistas e costumam ser distribuídos por empresas consolidadas que têm grande geração de caixa e não precisam reinvestir muitos lucros para crescer.

E por que as empresas pagam dividendos?

De acordo com a Lei nº 6.404, também conhecida como Lei das S/As, empresas listadas na Bolsa de Valores que apresentam lucro líquido devem distribuir parte desse valor entre seus acionistas na forma de proventos. 

A distribuição pode ser realizada através de diferentes modalidades, como dividendos, juros sobre capital próprio, bonificações e direitos de subscrição. 

Embora não exista uma porcentagem mínima obrigatória para a distribuição de proventos, é o estatuto social da empresa que determina a quantia a ser destinada ao dividendo obrigatório. Caso o estatuto não especifique o percentual, a empresa é obrigada a distribuir, no mínimo, 50% do lucro líquido após ajustes. 

No entanto, é comum que empresas distribuam cerca de 25% do lucro líquido ajustado para seus acionistas, o que pode tornar suas ações mais atraentes para investidores.

Quais são os tipos de proventos que as empresas podem distribuir aos seus acionistas?

Existem diferentes formas de distribuição de proventos entre os acionistas que possuem ações que dão direito a dividendos, tais como:

Dividendos em dinheiro

Nesta modalidade, o acionista recebe um valor em dinheiro por ação que possui ou um percentual do valor da ação, que pode ser utilizado para comprar mais ações da empresa. O valor é creditado na conta da instituição que o investidor usa para investir (corretora, banco, etc.).

Juros sobre capital próprio (JCP)

O JCP é um tipo de provento semelhante aos dividendos, mas com uma diferença fiscal. Nessa situação, o acionista tem um percentual de 15% do Imposto de Renda retido na fonte, enquanto a empresa tem isenção fiscal sobre o JCP. Por isso, a empresa pode distribuir uma parcela maior do lucro.

Direitos de subscrição

Os direitos de subscrição são oferecidos aos acionistas quando a empresa decide emitir novas ações. Esse direito garante aos acionistas a possibilidade de adquirir as novas ações antes que elas sejam oferecidas no mercado, muitas vezes por um preço mais baixo do que o valor de mercado. Esse processo pode ajudar a empresa a arrecadar capital adicional para investir em seu negócio ou pagar dívidas.

Dividendos em ações

Nessa situação, o acionista recebe um número específico de ações da empresa, proporcional à quantidade que ele já detém.

Dividendos especial

Os dividendos especiais são um pagamento fora do cronograma regular de pagamento de dividendos, geralmente motivado por mudanças regulatórias ou aumento significativo do caixa da empresa depois de vender parte do negócio.

Alguns termos que você precisa conhecer

Se você está considerando investir em ações que pagam dividendos, é importante conhecer alguns termos-chave. Entre eles estão:

Data de declaração: é a data em que o Conselho de Administração da empresa anuncia o valor que será distribuído aos acionistas, bem como a data de registro e de pagamento. Após a declaração, a empresa tem o dever legal de dividir uma parte de seu lucro com os acionistas.

Data ex-dividendo: é o dia em que a empresa define quem tem direito aos lucros anunciados na data de declaração. Quem compra ações antes da data ex-dividendo tem direito aos dividendos, enquanto quem compra depois perde esse direito. Geralmente, a data ex-dividendo ocorre 2 dias após a data de registro, mas isso pode variar caso o pagamento seja feito de outra forma que não em dinheiro.

Data de registro: é a data em que a empresa seleciona os acionistas elegíveis para receber dividendos, bem como define quem terá acesso a procurações, relatórios financeiros e outras informações importantes para a distribuição dos lucros.

Data de pagamento: é o dia estabelecido pela empresa para que os investidores recebam seus dividendos.

Índice de cobertura de dividendos: é a relação entre o lucro líquido da empresa e os dividendos pagos aos acionistas. Esse índice permite que os investidores avaliem a capacidade da empresa em pagar dividendos, dividindo o lucro total da empresa pelo valor do dividendo por ação.

Plano de reinvestimento de dividendos (PRD): é uma opção oferecida pelas empresas para que os investidores possam reinvestir automaticamente os dividendos pagos em novas ações da companhia escolhida. Algumas empresas também oferecem descontos e isenção de comissões na compra de ações através do PRD.

Investir em ações que pagam dividendos pode ser uma estratégia interessante para quem busca renda passiva. É importante estar atento aos termos e às datas mencionadas acima para tomar decisões informadas e maximizar seus retornos.

Quais ações pagam dividendos ao investidor?

Em geral, todas as empresas listadas na bolsa de valores são obrigadas a pagar dividendos a cada ano fiscal, caso tenham obtido lucro. De acordo com a Lei 6.404/76, conhecida como a Lei das S/A (Sociedades por Ações), o acionista tem o direito de receber, a cada exercício, sua parcela dos lucros conforme determinado no estatuto da companhia.

Cada empresa é livre para definir a porcentagem do lucro líquido que será distribuída como dividendos, com um valor mínimo obrigatório estipulado em seu estatuto. Em teoria, essa porcentagem pode variar de 1% a 100%.

Como é feito o cálculo dos dividendos?

As empresas listadas na bolsa de valores devem obrigatoriamente pagar dividendos aos acionistas a cada ano fiscal, caso obtenham lucro. O cálculo dos dividendos depende do lucro líquido da empresa, definido no estatuto, fixado em lei ou determinado pela assembleia de acionistas. O dividendo mínimo obrigatório é estipulado no estatuto das empresas, que possuem a liberdade de definir a porcentagem do lucro líquido que será distribuída. Em teoria, esse percentual pode variar de 1% a 100%.

Cada acionista recebe um valor que é proporcional ao tipo de ação (preferencial ou ordinária) e à quantidade que possui. Os dividendos são representados por um valor específico por ação. Por exemplo, se um acionista possui 300 ações em uma empresa que paga R$ 3,00 em cada uma delas, ele receberá R$ 900 em dividendos (300 x 3 = 900).

No caso dos Fundos Imobiliários (FIIs), os investidores têm direito a um valor proporcional por cota. No entanto, a Lei 8.668/93 que regulamenta esses fundos estabelece a distribuição de, no mínimo, 95% dos lucros semestrais.

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Quais são os custos?

Ao investir em ações para receber dividendos, poderão existir taxas envolvidas na operação. Elas são:

Corretagem: taxa cobrada pela corretora para a realização de negociações de ações. Ela pode ser um valor fixo ou um percentual sobre o valor da transação, variando de acordo com a corretora escolhida. Algumas corretoras não cobram essa taxa.

Taxa de custódia: taxa cobrada pela corretora ou instituição financeira responsável pela manutenção de ações ou títulos públicos em nome do investidor. Essa taxa pode ser mensal e serve para cobrir os custos da empresa junto à B3, a bolsa de valores brasileira. Algumas instituições financeiras não cobram a taxa de custódia, o que pode ser vantajoso para o investidor.

Emolumentos: taxas específicas cobradas pela B3 para a negociação de ações, BDRs, ETFs e fundos de investimento em ações. Essas taxas são chamadas de emolumentos e são os ganhos da B3 com transações no mercado. As duas taxas cobradas são a de negociação e a de liquidação.

Imposto de Renda: o investidor em ações precisa pagar 15% de imposto sobre o lucro se realizar vendas acima de R$ 20.000,00 no mês e obtiver ganho de capital, que será a base para a cobrança. Se as vendas ficarem abaixo desse patamar ou se o investidor tiver prejuízo com as operações, ele estará isento de IR. Essas regras também se aplicam a ETFs e opções.

Esperamos que este artigo tenha sido útil para você entender melhor sobre dividendos, como eles funcionam, os tipos e as taxas e custos envolvidos na negociação de ações.

Da pra viver de dividendos?

Sim! É possível viver de dividendos, mas cada pessoa terá uma realidade distinta, visto que cada pessoa tem custo de vida distintos. Dessa forma, não existe um valor “ideal” que você precisa investir para viver de dividendos. Entretanto, iremos te mostrar como calcular quanto você precisa investir para viver de dividendos.

Suponhamos que custo de vida é de R$ 2 mil mensalmente, o que equivale R$ 24 mil por ano. Para viver de dividendos é preciso calcular seu custo anual de vida e dividi-lo pela rentabilidade que você receberá com dividendos.

Como cada empresa paga um valor distinto de dividendos em relação ao seu preço, iremos considerar o rendimento médio dos fundos que compõem o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) para o período mais recente levantado pela Economatica, que foi de 10,47%.

Dessa forma, considerando um custo de vida anual de R$ 24 mil e taxa de 10,47%, você precisará fazer o seguinte cálculo: R$ 24 mil/ 0,1047 = R$ 229.266,36. Com isso, seria necessário invistir essa quantia para viver de dividendos. Vale ressaltar que cada empresa possui sua política próprio de dividendos, o que pode resultar em um rendimento maior ou menor que 10,47%, por isso faça uma análise antes de investir.

Sobre o autor

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Carlos Felipe

Economista e fundador do site Educa Meu Dinheiro. Apaixonado por educação financeira e investimentos
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